Evolução das Concepções: Reflexão 7 sétimo semestre
Alfabetização de Adultos
A questão é : Quem são os adultos não alfabetizados?
HARA (1988) nos relata que são adultos que trabalham chegando as escolas cansados, dispondo de pouco tempo para os estudos,são os excluídos, marginalizados por esta sociedade elitizada.
- "As experiências escolares anteriores, em sua grande maioria, são desestimulantes e cheias de história de fracasso. São frequentes os relatos de cursos desorganizados,intermitentes, com professores "bravos e sem paciência" que recorriam a castigos físicos e humilhações. Não é pequeno o número daqueles que se consideram de "cabeça dura"e que não dão pro-estudo", a partir da incorporação do fracasso". (HARA, 1988)
Além destes desafios, os alunos contam
com professores sem formação, sem material técnico necessário e sem condições
mínimas de trabalho.
Diante
tais desafios é que o programa de educação popular do CEDI, resolveu apoiar,
sistematizar e criar condições necessárias ao avanço da alfabetização de
adultos, através de observações, acompanhamentos e registros.
É relevante lembrar que nem todos são
contemplados com a alfabetização na mesma época, este fato levou a CEDI a
procurar as contribuições de Emília Ferreiro e Ana Teberosky.
Para
estas autoras, assim como para Paulo Freire, o homem é um sujeito capaz de
aprender e construir seu conhecimento. Levando em conta as investigações de
Piaget, conceberam que a aquisição do conhecimento se dá por assimilação do
sujeito com o objeto ocorrendo à acomodação que produz o
conhecimento e mostraram que as crianças têm ideias, teorias e hipóteses sobre
a escrita antes de chegarem à escola.
A
partir destas constatações, Emília Ferreiro, quis saber como os adultos
aprendem, visto que as crianças chegam à escola com conhecimentos prévios sobre
a escrita, os adultos também, assim como as crianças tem conhecimentos prévios
sobre a escrita.
De acordo com os estudos de Emília Ferreiro aplicadas em crianças, chegou-se a conclusão de que a criança que não se alfabetiza deve estar sendo exposta a um processo inadequado , que a coloque em conflito com o seu modo de pensar a escrita.
Nosso
papel como educadores é fazer a mediação da relação que os sujeitos estabelecem
com o objeto escrita, auxiliando e desvelando o conhecimento que os adultos
trazem e criando condições para que possam elaborar novos conhecimentos,
obtendo novos dados e reorganizar os conhecimentos.
Referências:
HARA, Regina. Alfabetização de Adultos: Ainda
um Desafio. Cedi - Centro Ecumênico Documentação e Informação, São Paulo,
p.26-34, 1988. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.abong.org.br/bitstream/handle/11465/1685/19.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.
Acesso em: 01 out. 1988
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